terça-feira, 22 de julho de 2014

A HIPOCONDRIA

Uma das características do hiponcondríaco em potencial é a mania por doença. É a insistente ostentação de queixas constantes de dores que se manisfestam rotineiramente, como: enxaquecas, dores renais, na coluna etc. É como se elas fossem elementos inerentes à familiaridade anatômica desses indivíduos ao ponto de serem, para eles, frutos recorrentemente monitorados pela imaginação infértil, fomentando e dando amplos poderes ao subconsciente e desestimulando a busca da superação. E o que é pior: O sentimento central  deles é "achar que vai morrer!", se autopermitindo uma grande intimidade com a morte, todavia esquecem que jamais alguém terá onisciência para prevê esse fatídico desfecho. A abordagem complexa desta temática me veio à memória por me lembrar dos indeléveis momentos de convívio com minha querida mãe, dona Maria José Félix Pereira, que ao ser cumprimentada por outras pessoas, logo lhe vinha o seguido rosário de lamúrias. E assim ouvimos frequentemente essas reclamações, como se milagrosamente fóssemos médicos, curandeiros ou dominássemos salutarmente os conhecimentos de medicina caseira, para não sermos delinquentemente levianos em prescrever qualquer medicamento de procedência letal. Talvez esse seja o ponto máximo da hipocondria; em seguida vem o exagerada consumo da automedicação, muitas vezes sem nenhuma necessidade. Basta uma simples dor de cabeça para o indivíduo se afundar em um oceano de medicamentos, correndo o risco de se vitimar por uma irreversível overdose. Distanciados desta conduta hipocondríaca estão aqueles elementos que usam da discrição e omitem qualquer irregularidade que ocorre em seu organismo. A dor pode ser intensa, mas o paciente sofre calado. Essa omissão,  comum em muitas pessoas, dá a entender que o fator "vergonha" predomina. Por outra vertente podemos detectar que não devemos, por qualquer "dorzinha", incomodar ninguém, por se achar onipotente e oferecer preocupação aos amigos (no caso de não ocorrer em casa), ou aos entes queridos. A verdade é a seguinte: Os hipocondríacos estão à solta por aí, como também as incômodas dores, endemias, epidemias, pandemias, doenças curáveis, incuráveis e acidentes com sequelas irreversíveis, antecedendo a morte, que pelos ensinamentos bíblicos, é o eterno alívio para todos esses sofrimentos "Melhor é a morte do que a vida amargurada." (Eclo, 30: 17).  E aqui eu menciono novamente a minha mãe, dona Zezé, que se sentindo incomodada com todo tipo de dor não exitava em procurar pacientemente um bom médico, mesmo sabendo da carência milenar de um bom sistema de saúde. Esperávamos que ela vivesse mais, por ser muito cautelosa no tratamento de suas enfermidades e ser afetivamente bem protegida em sua melhor idade, porém nos deixou no dia 20 de setembro de 2009, aos 84 anos acometida de Alzheimer, com a certeza da missão cumprida.

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