terça-feira, 25 de setembro de 2012

ANALFABETOS NA UNIVERSIDADE


   Começo dizendo que qualquer estudo feito e com  resultados negativos sobre o desempenho do ensino brasileiro, o diagnóstico sempre vai respingar inevitavelmente na qualidade da educação básica e aí, envolve todos que atuam no processo.  Alunos, professores e a família. Em recente estatística que faz parte o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa e publicada no Jornal Folha Universal do dia 29 de julho de 2012, página 11, tomamos conhecimento de que dos 6,5 milhões de universitários somente 62% são plenamente alfabetizados. Isso significa que 38% ainda não dominam a leitura e a escrita, nem estão preparados para cálculos complexos. O Inaf aponta ainda que o número de analfabetos caiu de 12% para 6% em uma década. Os analfabetos funcionais que conseguem ler apenas informações simples, somam 27% dos brasileiros. Hoje mais de 1 milhão de jovens e adultos estão matriculados no Programa Brasil Alfabetizado. Segundo prognóstico da professora Stella Bortoni, da Universidade de Brasília (UnB) o problema não está no ensino superior. Para ela a escola não está cumprindo o papel básico de ensinar a ler e o professor não é capacitado para lidar com as diferenças sociais dos alunos. E completa: "A alfabetização é um processo que segue durante toda a vida e a família deve incentivar o jovem".  Já o Ministério da Educação informou que esse resultado  é o reflexo da exclusão histórica das classes populares à educação. Várias são as opiniões e, cada uma merece apreço porque são susceptíveis de reflexões, todavia é preciso que esse debate não fique somente nas aulas de didática do curso de Pedagogia, principalmente porque com essa notícia de que muitos universitários não sabem ler, e posteriormente alguns serão educadores de futuras gerações, certamente que esse quadro é preocupante porque a tendência é piorar. Na minha humilde opinião não vejo outra saída que a ressurreição plena imediata, irrestrita e consistente de um método que sempre foi infalível porque constata que preparou antigas gerações com resultados amplamente satisfatórios. Trata-se do insistente trato com o uso da "pesquisa". Começando pelo professor alfabetizador que deve se valer de todos os recursos necessários para cobrar e fazer com que a escola ofereça, não só os livros, mas toda uma infraestrutura lúdica e seja religiosamente severa na cobrança das atividades, principalmente porque com o advento da internet que é encarada pelo jovem como uma simples ferramenta de diversão, os livros, as revistas e os jornais escritos foram injustamente desprezados, até por muitos professores. Não estou aqui me referindo ao ridículo manual do professor e sim à ricas bibliografias que vão desde a literatura infantil a clássicos que são relíquias nas grandes enciclopédias e muitas outras que são rejeitadas, perdendo espaço para os videogames da vida. E a salvação deste cenário requer que todos os pedagogos em ação arregacem as mangas e idealizem inovadores projetos na tentativa de reerguer o moral da universidade, que é uma histórica instituição que tanto deu e dá brio à cultura e à intelectualidade brasileira.
     

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