quarta-feira, 15 de agosto de 2012
103 anos sem Euclides da Cunha
O algoz, o aspirante a oficial de nome Dilermando de Assis, de 21 anos não se apiedou e matou Euclides Rodrigues da Cunha, numa trágica manhã do dia 15 de agosto de 1909, por estar mantendo um romance pra lá de proibido desde 1905 com Ana, de 37 anos, sua esposa. O réu alegou legítima defesa e o desfecho da história foi marcado por uma sequência de outros assassinatos. A vítima nasceu no Rio de Janeiro em 1866 e tinha, na época, 43 anos. Publicou, em 1902 o livro Os Sertões. Antes cursara Engenharia na Escola Militar e Politécnica. Desligando-se da corporação, passou a ser colaborador do Jornal O Estado de S. Paulo que, em 1897 o enviou para Canudos, interior da Bahia, a fim de informar sobre as operações que o Exército estava realizando para sufocar a rebelião liderada por Antônio Maciel, o Conselheiro. O livro divide-se em três partes: "A terra" - em que o autor estuda cientificamente a região; "o homem" - em que procura mostrar as características peculiares do sertanejo; "a luta" - em que narra os combates ocorridos entre as tropas do governo e os sertanejos. Segundo Euclides, os revoltosos de Canudos não poderiam ser considerados culpados mas vítimas de uma situação social, econômica, geográfica e histórica. Abandonados pela "civilização do litoral" acabaram por criar um estilo de vida próprio, que os tornou diferentes. Tudo isso motivou a reação violenta dos expedicionários e, em contrapartida, a denúncia do autor contra as ações arbitrárias da corporação, culpando-os pelo que classificou de "crime de Canudos". A proposta dessa matéria é de promover um despertar. Esperamos que você, querido internauta, se motive, indo agora mesmo, à sua biblioteca para fazer uma excelente leitura e obter mais detalhes sobre essa comovente narrativa. Contrates e confrontos (1907) e à margem da história (1909) são outras obras do autor.
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