segunda-feira, 21 de julho de 2014

VOCÊ SABE O QUE É O TEMPO?

Por Valério Pereira
Começo me valendo de Santo Agostinho de Hipona (354-430) que, ao refletir sobre o tempo, responde: "Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.” Pela teoria   agostiniana, diferentemente do homem primitivo, o homem hodierno costuma dividi-lo em passado, presente e futuro, todavia só temos a capacidade de percebê-lo  e medi-lo no momento em que decorre. Aqui o cuidado deve ser redobrado porque qualquer  avaliação contestadora sobre os argumentos do pensador poderá ser tragada pelo abismo da leviandade, tendo em vista que estamos diante de um atraente problema filosófico e científico. Enquanto isso o indivíduo comum que encara a vida simplesmente pelo norteamento numérico do relógio (o qual nós mesmos criamos), um instrumento que o máximo que pode fazer é dar o tempo de um momento atrás - nem sequer o de agora. Esse indivíduo está acostumado a se organizar, realizando suas tarefas e experiências de acordo com a ideia de tempo concebida como sucessão de instantes, traduzida em presente, passado e futuro. Em verdade o que quer que o tempo seja, nós, seres humanos, o interiorizamos tão profundamente que ele acabou adquirindo um significado peculiar de acordo com a capacidade de meditação de cada pessoa. Mas é prudente salientar que, sem o relógio não haveria mundo moderno e os trabalhadores deixaram de ser escravizados pela obediência à regulagem do horário. Embora sendo componentes de uma sociedade complexa e embaraçadamente coordenada, felizmente estamos a quilômetros de distância de uma sociedade primitiva que caminhava vagamente, não tomando  ciência das possibilidades do tempo. Enfim, não fomos projetados para elucidar o abstracionismo e o conceito do tempo sem decodificar o inalcançável metafísico, e não nos conscientizarmos de que ele é aquilo que fizermos dele.
_________________________________________________________________________________Até a próxima!

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