Nada mais é oportuno do que a idéia de fazer com que haja um evidente entendimento pelos alunos do curso de jornalismo, da importância da relação da profissão com os elementos didáticos da Sociologia. O que justifica tal declaração é que a atividade jornalística está intimamente em sintonia com a comunidade em que se insere. A atuação do profissional se manifesta na condução de informações que têm como personagens as camadas populares de menor poder aquisitivo, os altos escalões da esfera social, membros de comunidades religiosas, celebridades etc., apresentando um cenário de expressiva dicotomia entre as categorias sociais. Dificilmente veremos um jornalista militante enclausurado em seu próprio mundo porque ele precisa se esforçar e se infiltrar impetuosamente no contexto social, precisa ser ousado para correr atrás das novidades "o que caracteriza os meios de comunicação da sociedade atual que não a pressa de dar mais novidades, novidades reais e às vezes irreais, fantasiosas?" (Arnold Gehlen, ob. Cit., p. 75 - citação utilizada do texto Os Meios de Comunicação de Massa e a Sociedade Racionalizada, da Professora Adísia Sá, página 39 - Revista de Comunicação Social da UFC, 1973) e, através do conteúdo a ser divulgado, muitas vezes figurar como um agente mediador diante das mazelas do cotidiano. Imagina-se que o jornalista que atua na crônica esportiva não necessite da utilização desses traquejos, mas é evidente que o seu com desempenho, certamente evitará rotineiros confrontos entre torcidas irritadas e hostis. E para isso, é necessário muita habilidade na pronúncia de palavras, evitando, portanto, o uso abusivo de sentimentalismos e paixões.
Não há nada de surpreendente em afirmar que insistimos na idéia de corroborar que o jornalismo jamais se desmembrará da sociologia, notadamente no mundo hodierno em que é palpável a explosão da população em nações que não disciplinam o controle da natalidade e a incerteza de uma reviravolta na evolução dos países subdesenvolvidos, provocando, portanto, um gritante desnivelamento social que tende para a disseminação do sofrimento que será sentido principalmente pelas camadas de menor poder instrucional e mais pobres; que convivem em ambientes carentes de infra-estrutura, com altos índices de violência; dividindo o seu espaço com perigosos traficantes, com as drogas e, de contrapeso, com o ataque de doenças epidêmicas. E nesse ritmo cadente labuta o jornalista diuturnamente, em parceria com os órgãos de segurança e de saúde pública, mantendo os primeiros contatos com o "trágico", sempre com o propósito de manter uma conduta fidedigna na linha da informação. Afinal de contas está em jogo a credibilidade.
Cabe ao jornalista, porém, se inteirar e conviver aguerridamente dentro desse processo para que haja transparência e dignidade no foco da notícia. Certamente que dominando os métodos e técnicas da sociologia, teremos como resultado um trabalho bem lapidado. E um maior engajamento na atuação do seu mister, denunciará a qualidade do profissional em campanha.
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