PROCURA-SE UM POLÍTICO PERFEITO

Por Valério Pereira
Certamente que, aqui no Brasil, tivemos e temos muitos compatriotas que foram e são verdadeiros baluartes na arte de governar para o bem comum. Para sairmos em busca dessa bendita perfeição nas outras pessoas, não podemos deixar de nos olhar naquele que aparenta ser o nosso melhor amigo. Pelos menos ele nos olha, mas nada comenta sobre como somos e estamos, e nos oferece a capacidade de mensurar artificialmente o nosso Eu, o espelho! E como retrovisor, ele só noz faz visualizar as coisas materiais que passaram ao alcance dos nossos olhos, sem estimular qualquer lembrança de acontecimentos antepassados . Um outro viés que nos leva a meditar, é que, para vivermos em paz, e com a nossa consciência que nos deixa amplamente à vontade conosco mesmos, precisamos cotidianamente resistir, ou pelo menos tentar resistir, a todo e qualquer tipo de tentação patológica à vida. Obviamente que isso é muito difícil, e muitas vezes frustrante, por sermos beneficiados com a natural dádiva dos bons e maus sentimentos. Somos por vezes, obrigados e desobrigados a isso e aquilo; somos conscientes das nossas fragilidades, porém devemos sempre nos policiar com um batalhão de virtudes que nos faça, pelo menos esquecer as mazelas do psíquico que insistem violentamente em nos atormentar. Como a política está inevitavelmente entranhada nas nossas veias, porque satisfaz as nossas necessidades primárias e secundárias, qualquer atuação que resulte no bem ou no mal, fica vulnerável. "Somos animais políticos" (Aristóteles), porque precisamos do pão, da carne, do feijão, do arroz, da vestimenta etc. E para adquirirmos tudo isso devemos respeitar as normas que regulam o direito de posse, que são juridicamente estudadas e estabelecidas por todos aqueles cidadãos que conquistam mandato eletivo, para promoverem, via de regra, a ordem e o poder "Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição" (Parágrafo único, Artigo primeiro da Constituição Brasileira). E o que esperamos de um político perfeito, ou quase perfeito? Santidade? Puritanismo? Eu particularmente não! Porque são virtudes sacramentadas. Um político que se preza e trabalha verdadeiramente em benefício do seu povo, pratica a fidelidade, principalmente a partidária. A maioria dos que vivem mudando de partido, só querem confortavelmente se aninhar. A tão vislumbrada honestidade deve ser a mola mestra de um bom mandato, além da presença física, rotineira, solidária e respeitosa, como forma de magnânima gratidão. Um político de verdade deve ficar atentamente de plantão durante as 24 horas de cada dia, dando prioridade aos anseios do seu povo, sem a majestosa ganância do ter em abundância e alimentando o satânico individualismo.